O controle do apetite e da saciedade obedece a mecanismos de alta complexidade.
Em linhas gerais, pode-se dizer que a central de controle dos instintos de fome e saciedade está no cérebro.
É o cérebro que detecta e analisa a quantidade de calorias ingeridas em função das necessidades do organismo, com a inteção de impedir que jamais falte energia para o funcionamento das células.
O ato de comer depende do esquilíbro de 2 forças opostas : fome e saciedade.
Para garantir que todas as células recebam energia suficiente para exercer suas funções, o cérebro lança mão de 2 estratégias:
1- Controle minuto a minuto
A cada instante, os centros cerebrais analisam as informações detalhadas que recebem do aparelho digestivo. Avaliam a quantidade de alimentos presentes no estômago, no intestino delgado e no intestino grosso, sua composição ( açúcares, gorduras, proteínas e etc .) e o número de calorias neles contidas.
Ao chegar a hora das refeições, quando o estômago fica vazio, o aparelho digestivo envia diversas mensagens bioquímicas, que o cérebro reconhece como um pedido de socorro. Em resposta, dispara o instinto da fome.
No início, essas mensagens chegam com certo intervalo. Más, à medida que a refeição atrasa, elas se tornam tão intensas e frequentes que o congestionam o sistema. Resultado: a fome fica insuportável.
Como o estômago vazio durante muito tempo dispara a necessidade de comer grandes quantidade para aplacar a fome, quem precisa perder peso deve evitar jejuns prolongados.
Quando os alimentos ingeridos começam a trafegar pelo intestino delgado, outras substâncias químicas são liberadas na corrente sanguínea ( chamadas mediadores . Elas vão estimular o centro da saciedade, para avisar que a refeição está na hora de terminar.
2- Controle a longo prazo
Como um gerente de supermercado que todas os dias confere os estoques para que nenhum produto falte nas prateleiras, o cérebro avalia permanentemente as reservas de energia estocadas no tecido gorduroso.
O tecido gorduroso não é um simples depósito para armazenar energia. Ele libera tantos mediadores hormonais que hoje é considerado a segunda glândula mais importante do organismo ( a primeira é a hipófise ).
Mediadores liberados pelo tecido gorduroso e pelo aparelho digestivo caem na circulação e chegam aos centros cerebrais especificamente preparados para analisá-los.
Assim que esses centros detectam a diminuição dos depósitos de gordura, o cérebro toma 2 medidas para facilitar a recuperação do peso perdido :
Primeira: Faz cair drasticamente a energia que o corpo gasta para funcionar em repouso, com a finalidade de exercer suas funções básicas ( metabolismo basal).
Segunda: Enviar ordens irresistíveis para consumirmos mais calorias.
Infelizmente, quando ocorre aumento de peso, os sinais opostos são quase imperceptíveis: não há aumento significativo da energia gasta em repouso, a fome não diminui, nem surge estímulo para aumentarmos a atividade física - ao contrário, tendemos a nos tornar mais sedentários.
Por razões mal compreedidas, o cérebro procura defender o peso mais alto que o corpo já atingiu,. Para tristeza da mulher e do homem modernos, o organismo protege as resevas de gordura mesmo quando estocadas em quantidades exageradas. A mais insignificante tentativa de reduzi-las é interpretada como ameaça à integridade física .
A fome que sentimos resulta de um esquilíbrio ajustado entre esses circuitos antagônicos, construídos e selecionados por nossos antepassados remotos com a finalidade de resistir à falta de alimentos, numa época em que as refeições eram alternadas com longos períodos de jejum.
O que respresentou sabedoria do cérebro para enfrentar a penúria deu origem ao flagelo da obesidade em tempos de fartura.
Como consequência:
Comer em excesso é um processo passivo fácil de realizar. Comer pouco é um processo ativo que exige determinação e força de vontade.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
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